Friday, August 29, 2008

Um olhar por outros campeonatos

Porque, por mais que gostasse, não tenho a mínima hipótese de ver os jogos que quero dos campeonatos que me interessam e porque hoje é dia de ter outros a falar por mim, deixo que Gabrielle Marcotti, da Sports Illustrated, exprima o seu conhecimento sobre a Série A e respectivas expectativas, contratações e fait-divers.



The buzz has returned to Serie A

Gabriele Marcotti


If there's a new feeling of buzz around the Italian Serie A this season, much of it comes down to two men who are walking, talking hype machines: Ronaldinho and José Mourinho.

It's not a knock on either one; being able to generate buzz just by showing up and being among the very best in the world at what you do are not mutually exclusive qualities. It's just that when Mourinho is able to seduce the notoriously cynical Italian media in less than 48 hours and when Ronaldinho is able to bring 40,000 fans to the San Siro just to watch him wave to the crowd, well, you know you have something special on your hands.

Of course, now they'll need to live up to the hype. Mourinho needs to surpass his predecessor, Roberto Mancini (and, given that Mancini delivered three straight titles to Inter Milan, that means the Special One will have to conjure up a Champions League crown). Ronaldinho needs to prove that 18 sub-standard months at Barcelona don't make him a washed-up property at 28. Seeing how it all pans out will be one hell of a ride.

Inter is the favorite and it really couldn't be otherwise. It's not just that Mourinho effect, it's a squad that's deep in every department. Sulley Muntari brings his hyperactivity to an already stacked midfield, which, if it buys into Mourinho's plan, will be long on ball-winning and leadership (the likes of Patrick Vieira, Esteban Cambiasso and Dejan Stankovic).

The "other" Mancini, picked up from Roma, fits seamlessly out wide in Mourinho's old school 4-3-3. If Inter picks up Ricardo Quaresma as well (negotiations are ongoing), it will have a matching pair of high-quality wide men. If it doesn't, Mourinho will have to hope that 18-year-old wunderkind Mario Balotelli really is the second coming.

Weaknesses? Well, maybe just one. In the new formation, there's room for just one striker. That begs the question of how Mourinho will keep Inter's five highly paid center forwards -- Zlatan Ibrahimovic, Hernán Crespo, Julio Cruz and the returning Adriano -- happy. Furthermore, Mourinho's system thrived with a strong, athletic target man like Didier Drogba; whatever else Ibrahimovic is (and he's penciled in as the starter), he's very different from the Ivorian international.

Across town, AC Milan embarked on its rebuilding job with gusto. The likes of Marco Borriello (who notched 19 Serie A goals for Genoa last season), Gianluca Zambrotta, Mathieu Flamini and Philippe Senderos add some much needed depth (and, Zambrotta apart, youth) to the squad.
Up front, there's an array of questions. Can Ronaldinho play week in, week out, alongside Kaká? Where does Clarence Seedorf fit? Does Alexandre Pato, still just 18, get the starting job? Or do you go for the more traditional Borriello? Or, since Milan made such a big deal out of signing him, do you give Andriy Shevchenko a shot at redemption? Too many questions for my liking.

Roma, a strong runner-up last year, looks better and could challenge, despite losing Mancini. "The Beast," Júlio Baptista, gives the Giallorossi a physical presence they haven't had in years: He's a gamble, but a smart one. John Arne Riise will come in handy in certain situations (not the most complete player, but he smacks the cover off the ball). But, most of all, Francesco Totti is fit again and Alberto Aquilani is a year older and wiser. With Luciano Spalletti, one of the few true visionary coaches around, pulling the strings, Roma will be competitive.

Having burst into a Champions League spot in its first season back in Serie A, Juventus faces a transition year. With money still a little tight (all those years away from the Champions League honey pot have taken their toll), the Bianconeri are building from the bottom up.

Olof Mellberg is a handy pickup at the back, and Amauri, if he lives up to his potential, can be a devastating force up front (though it remains to be seen how Claudio Ranieri parcels out the playing time to keep all his strikers -- Amauri, Alessandro Del Piero, Vincenzo Iaquinta and David Trezeguet -- happy).

But two other signings could prove decisive down the stretch. Christian Poulsen is a smart, uncompromising and sometimes downright nasty holding midfielder, the kind coaches love (he was integral to Sevilla's success in Spain). And tiny starlet Sebastian Giovinco is a special talent who looks ready to grow into the poor man's Leo Messi.

Fiorentina burst into the top four last season and will be difficult to dislodge. Signing Alberto Gilardino, written off by Milan, could prove to be the coup of the summer: He's still just 26 and has all the skills to be a top-drawer striker. He's the ideal man to turn the magic created by Riccardo Montolivo (another young midfielder who is going to the next level) and Adrian Mutu into goals. Meanwhile, at the back, Juan Vargas could well be the "sleeper" buy of the summer: The Peruvian left back is one of the most underrated players around.

Let's not kid ourselves, Serie A is nowhere near returning to the glory days of the early 1990s or even the big spending days of the turn of the Millennium. But, having sunk so far, so fast and having nearly self-destructed thanks to the Calciopoli match-fixing scandal of '06, financial mismanagement, myopic leadership and fan violence, you do get the sense that the league has hit rock bottom and is now on the way back.

Mourinho and Ronaldinho can do their part. But the most important thing will be remembering the mistakes and excesses of the past and steering clear of them.

Dos árbitros

Nem sempre temos tempo para fazer todas as coisas que queremos, felizmente. Só assim podemos conseguir saber o que realmente no move e atribuir diferentes prioridades ao que é mais importante para nós. Vem isto a propósito de não ter conseguido alinhar dois ou três pensamentos a propósito do sempre quente clássico que se avizinha, independentemente de se disputar à segunda jornada. Seja como for, Filipe Caetano, do MaisFutebol, redigiu algo que me passa muitas vezes pelo pensamento, sendo o máximo que se abordará a questão da arbitragem neste blogue. Em semana de Benfica-FC Porto, era bom que nos preocupássemos com o jogo.


Opinião: Os coitados dos juízes

[ 2008/08/28 00:46 ] Filipe Caetano

Futebolfilia

Vivemos tempos conturbados neste oásis. Os entendidos dizem que já não somos um país de brandos costumes e até o Presidente da República está preocupado com a onda de crimes que assola o país. Os criminosos estão mais activos, as forças da ordem não estão a conseguir acompanhá-los e os juízes não escapam às críticas, parecendo demasiadadamente preparados para assinar termos de identidade e residência.

Tudo isto é importante, mas se há algo que indigna realmente os portugueses é uma má arbitragem. Um penalty mal assinalado, um fora-de-jogo escandaloso, um jogador que já devia ter sido expulso na primeira parte. Bastou começar a Liga (e as provas europeias) para começarmos a ouvir a mesma lengalenga. Coitados dos juízess, aqueles que também conhecemos como árbitros.

Estamos em semana de clássico e é normal que todos falem nele. Para acabar com especulações, Vítor Pereira escolheu o melhor da época passada: Jorge Sousa. Num passado recente, seria um escândalo escolher alguém da AF Porto para arbitrar um Benfica-Porto. No máximo alguém de Setúbal ou de Leiria. Talvez por isso, muitas vezes surgiram problemas e polémicas. No fundo, não eram escolhidos os melhores. Talvez seja um sinal de maturidade. Assim o esperamos. Pelo menos até este sábado, enquanto não vier alguém protestar.

Jorge Sousa apenas tem de acreditar no seu trabalho e esperar que os seus auxiliares mantenham os níveis de competência. Para o juiz não profissional, que passa grande parte do dia a gerir madeiras em Paredes, a única meta possível é obter respeito entre os pares e, se possível, entre os adeptos menos viscerais. De nada lhe valerá o treino ao fim de cada dia, ou as horas de jogos acumuladas, se um artista se atirar para o chão no risco da área. Não há outro meio senão utilizar o par de olhos, um pouco de intuição e a ajuda de outros dois pares de olhos, que assistem a tudo, igualmente atentas, de outras partes do campo, com uma bandeirinha nas mãos.

Absurdamente, Jorge Sousa não vai poder contar com as mesmas tecnologias que auxiliam Carlos Ramos, o melhor árbitro de ténis do mundo. Que só por acaso (ou talvez não), também é português. Numa entrevista recente, Ramos confessou que preferia arbitrar em Wimbledon, mas não regateia uma boa final em Roland Garros ou na Austrália. Ele está lá, sentadinho, com o auxílio de mais dez juízes de linha e ainda a tecnologia "olho de falcão", que permite tirar as dúvidas das dúvidas, naquelas situações impossíveis para o olho humano. Em desportos mais evoluídos, como o ténis, o cricket, ou o futebol americano, já todos perceberam que as inovações ajudam a encontrar a verdade e nunca a desvirtuam.

Nos Jogos Olímpicos vimos Phelps conquistar uma das oito medalhas com o auxílio do photo-finish, no atletismo a mesma tecnologia é utilizada há décadas, mas no futebol, ahhh, aí não, porque se nos tirarem uma boa roubalheira a coisa nunca terá tanta piada. De que é que iríamos falar na mesa de café? Coitados dos juízes...