Monday, March 26, 2012

O inebriante receio da derrota


Equipas e movimentações iniciais
Chelsea e Tottenham encontraram-se no passado sábado para tentar ganhar vantagem na corrida para o lugar que dá acesso à Liga dos Campeões, nos jogos que faltam. No entanto, o receio da derrota foi claramente demasiado grande para ambas as equipas, proporcionando um jogo bastante fechado, cujas melhores oportunidades de golo tiveram origem em lances de bola parada.

O Chelsea entrou em campo sem Meireles, Luiz, Torres e Ivanovic, ao passo que o Tottenham não podia contar com Lennon, fazendo com que van der Vaart fosse colocado na asa direita do seu meio-campo para as tarefas defensivas. A equipa de Harry Redknapp actuou com um bloco baixo e cedeu de bom grado a iniciativa de jogo, com Sandro a receber instruções para subir e perturbar a primeira zona de construção do Chelsea.

No que diz respeito a Roberto Di Matteo, a sua principal preocupação pareceu ser a ameaça de Gareth Bale, ordenando a Ramires que se juntasse a Bosingwa para que fossem constantemente criadas situações de 2v1 contra o veloz galês, o que acaba por explicar o jogo mais discreto. A dupla de meio-campo constituída por Essien e Lampard mostrou-se lenta, como seria de esperar, apesar da crescente combatividade de Essien. Com Ramires estacionado na direita, Sturridge foi colocado na esquerda e Mata atrás de Drogba. O extremo inglês é claramente menos eficaz no lado esquerdo, uma vez que deixa de poder fazer a sua movimentação preferencial e flectir para dentro, e o espanhol sente-se menos à vontade no centro do terreno, pois significa que é o constante alvo de marcação de um defesa-central ou médio-defensivo, em vez de os surpreender com movimentos interiores.

O plano atacante dos homens de Di Matteo era evidente: tirar proveito da presença de Lampard e da sua capacidade de lançar bolas para as costas da defesa contrária, tanto para Sturridge (que ocupava o espaço criado por Drogba) ou pelo próprio Drogba, sempre disposto a batalhar. Perto do intervalo, o Tottenham avançou um pouco mais e tornou o jogo mais interessante, chegando mesmo perto de marcar.

Na segunda metade, Bale e Van der Vaart receberam ordens para jogar mais no centro, asfixiando o meio-campo do Chelsea. Para além disso, o resultado era mais favorável à equipa de Redknapp, o que significava que o Tottenham era mais paciente a rodar a bola de lado para lado. Por seu turno, o Chelsea, mostrava-se sempre mais perigoso quando abria mão de passes diagonais longos para as costas da linha defensiva do seu adversário.

Aos 75 minutos, Torres entrou para o lugar de Essien, dando a entender que o Chelsea iria dar o tudo por tudo. Tal como havia acontecido no encontro em casa contra o Arsenal (ainda no tempo de Villas-Boas), os blues desequilibraram-se, abriram espaços e estiveram muito perto de perder a partida.

Em resumo, o encontro não foi particularmente interessante, mesmo no que se refere à parta mais táctica, vincando um claro contraste com o que tem sido regra nos encontros entre os 5 primeiros classificados da Premier League - jogos com muitos golos, sem grandes cuidados defensivos. Nenhuma equipa queria perder este embate e, com isso, ver esfumar-se a hipótese de aceder à edição do próximo ano da Liga dos Campeões.

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