Friday, February 24, 2012

Bayern ameaça, mas é o Basileia a concretizar




Basileia e Bayern ofereceram na passada quarta-feira um bom espectáculo, com diversas oportunidades de golo (especialmente na primeira parte), conforme esperado. De inesperado apenas o facto de o marcador não ter sofrido alterações até aos 86 minutos. Os primeiros minutos foram efectivamente intensos, com situações de perigo para ambos os lados.

O duelo táctico correspondeu ao previsto. Sem Schweinsteiger, o Bayern é algo previsível nas suas movimentações a partir do centro do terreno, dependendo em demasia das iniciativas de Ribéry e Robben. Tymoschuk e Alaba iniciaram o jogo sem problemas em assumir uma postura mais defensiva e anular os contra-ataques adversários. Com o seu 4x4x2 estreito, o Basileia não parecia importar-se de ceder a iniciativa de jogo, uma vez que tal ia de encontro à sua estratégia e aos seus trunfos, esperando tirar proveito das costas desguardadas da linha defensiva dos alemães - Streller foi, como sempre, o foco das bolas longas, encaminhando-as a propósito para Sharqiri e Frei.

A equipa suíça pareceu inicialmente surpreendida e os bávaros criaram oportunidades nos primeiros minutos, especialmente através das diagonais curtas de Gomez e Ribéry. Contudo, assim que os defesas-centrais se encontraram, o problema foi sendo resolvido. Na verdade, o encontro chegou a um ponto em que se assemelhou a um jogo de pares, com extremos contra laterais, avançados contra defesas-centrais e médios contra médios. Nenhuma das equipas queria disponibilizar demasiados jogadores para o ataque, com receio de expor as costas.

Tal como aconteceu com o Chelsea no dia anterior, o Bayern deixou demasiado espaço atrás do lateral-direito, o que levou a que Streller tivesse tendência para cair para esse mesmo lado, arrastando um dos defesas-centrais e abrindo espaço para Fabian Frei (excelente no aproveitamento do espaço entre os defesas) ou Alexander Frei. Na verdade, não é fácil compreender por que motivo o clube helvético não insistiu mais nesses lances, uma vez que essa situação incomodava manifestamente a improvisada parceria de Boateng e Badstuber. Por outro lado, tal como o jogo em casa contra o Benfica provou, a forma mais fácil de contrariar este estreito 4x4x2 passa por criar situações de superioridade numérica nas alas, arrastando um dos médios-centro e deixando o centro exposto. Estranhamente, Kroos hesitou em tirar proveito dessa movimentação, o que impedia a libertação de espaços.

Com o Basileia a perder fôlego durante a 2ª parte, o Bayern foi tirando o pé do acelerador, dado que um empate era um resultado satisfatório. Infelizmente para os germânicos, Heiko Vögel acertou em cheio nas substituições, substituindo os exaustos médios-ala por Stocker e Zoua. Estes dois jogadores foram decisivos para o resultado final (não só porque um marcou o golo e o outro fez a assistência) ao trazerem um suplemento de energia e movimentações mais incisivas.

Em última análise, o Bayern arrepender-se-á de não ter marcado qualquer golo e necessitará de algo mais que nem Tymoschuk nem Alaba são capazes de oferecer. Por seu turno, o Basileia, embora tenha marcado em todos os jogos fora na presente edição da Liga dos Campeões, terá de resistir a uma intensa pressão inicial, se pretender passar.

PS: O guarda-redes Yann Sommer  e o lateral-esquerdo Park Joo Hoo deixaram bons indícios que poderão deixar antever voos mais altos.

Wednesday, February 22, 2012

De rastos

O Nápoles venceu ontem o Chelsea por 3-1 e praticamente carimbou a passagem à eliminatória seguinte. Na verdade, dada a situação em que o Chelsea se encontra, é difícil imaginar a equipa inglesa a marcar dois golos sem resposta.


Por vezes, é difícil crer que André Villas-Boas foi durante anos um observador de adversários (e na equipa técnica de José Mourinho). Confrontado com um oponente bastante específico - disposto num 3x4x3 -, o técnico português optou pelo seu mais recente 4x2x3x1, com Meireles e Ramires como duplo-pivô, Mata por trás de Drogba, e Sturridge e Malouda nas alas. Como tal, tanto Sturridge como Malouda se demitiram das suas tarefas defensivas com demasiada frequência e o Nápoles procedeu à sua rotina de criar superioridade numérica nas alas.

Com as subidas de Maggio e Zuñiga e com Hamsik e Lavezzi a não se restringirem às alas, foi difícil entender a abordagem defensiva do Chelsea. Dado que Sturridge e Malouda se mostravam renitentes em assumir uma postura defensiva, Meireles e Ramires eram arrastados para as alas no sentido de tentar estancar a hemorragia e marcar o ala (Zuñiga ou Maggio) ou o extremo (Lavezzi ou Hamsik). Com os dois médios defensivos quase anulados, Cavani e Lavezzi tiveram toda a liberdade de receber a bola e semear o caos na defesa londrina. Como é fácil de concluir, os dois atacantes napolitanos marcaram os três golos e estiveram envolvidos em várias outras jogadas de perigo.

Villas-Boas deveria ter sido fiel ao seu estimado 4x3x3, especialmente se levarmos em conta que nem Ramires nem Meireles constituem necessariamente as melhores escolhas para desempenharem funções num dpulo pivô e que ambos oferecem o seu melhor com a sua llegada à grande área e ao criarem superioridades numéricas a partir do meio-campo. Com esta disposição táctica, não lhes é possível tirar proveito das suas quaildades e Mata é presa fácil para os defesas contrários. Ao optar pelo 4x2x3x1, Villas-Boas ficou impossibilitado de tirar proveito da superioridade numérica que teria no meio do terrno com o seu 4x3x3, o que não deixa de ser estranho.

O Chelsea continua a dar uma imagem de uma equipa à procura de um remédio para todas as panaceias, mas continuam renitentes em fazer coisas simples, desde a formação de uma unidade defensiva coesa a um simples passe de 5 metros. Enquanto jogadores e treinador não aceitarem esse facto, é difícil imaginar os londrinos a manterem o quarto lugar e, com isso, garantirem a presença na próxima edição da Liga dos Campeões.

Tuesday, February 21, 2012

"O mundo é plano"

Porque o mundo está cada vez mais plano e porque nos é solicitado que estejamos cada vez mais perto uns dos outros, este blog dispõe a partir de agora de um "irmão mais novo" - Combination Play -, o qual será redigido única e exclusivamente em Inglês, de modo a dar resposta às crescentes solicitações de outros pontos do globo menos identificados com o Português. Uma vez mais, obrigado pelos vossos contributos, sem os quais nada disto teria sido possível.

Um novo trilho

A todos aqueles que lêem, comentam, consultam, apoiam ou simplesmente atiram uma olhada ocasional a este blog, o meu muito obrigado. Graças em boa parte a esse feedback, este blog terá o privilégio de contribuir com um artigo semanal para um relevante site de treino e análise especializados de futebol:  http://coachingadvancedplayers.com/. Seguir-se-ão em breve mais actualizações.